quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Clitóris, muito prazer 

"Botão do amor, pérola rosa, amêndoa" ... Doce ilusão. Existem mais coisas sobre o clitóris do que seus olhos conseguem ver. Ele tem três componentes ­ a cabeça, a parte intermediária e a base que se estendem pela região pélvica. Há estruturas escondidas na parte interna da vagina e outras visíveis, que compreendem toda a área da vulva, do osso púbico até o ânus. Para você ter uma idéia, existem 18 partes clitorianas já identificadas. Com cerca de 8 mil nervos, o clitóris tem mais estruturas fibrosas do que qualquer parte do corpo humano e interage com outros 15 mil nervos que irrigam a pélvis. 

Sabor único

Segundo um estudo sobre sexualidade masculina, quase metade dos homens que afirmam gostar de sexo oral preocupa­-se com a limpeza feminina, associando a prática ao mito de que a genitália cheira mal. Raros são aqueles que compartilham o ardor de Napoleão por saborear uma cassolette (palavra francesa para caixa de perfume e usada coloquialmente para descrever o aroma único de uma mulher). "Não se lave. Estou indo para casa!" , disse ele a Josephine quando voltava do front para Paris. Na realidade, essa região é dotada de um sistema autolimpante ­ e é mais higiênico do que muitas partes do corpo, incluindo a boca. Além disso, cada mulher tem um cheiro e um gosto diferente. Algumas são mais doces, outras mais picantes; há ainda as mais neutras.Existe certa vulnerabilidade no ato que devemos respeitar e honrar. Afinal, a garota está se expondo para ser vista, cheirada, saboreada e tocada, está permitindo a exploração de uma parte do corpo que ela mesma deve achar misteriosa. Portanto, é preciso entender três coisas: o sexo oral também deixa você excitado; não deve haver pressa durante o ato (ela tem todo o tempo do mundo); e, por fim, o cheiro de uma mulher é provocativo; o gosto, poderoso. Viva a vulva! 

Certo e errado

Antes de "descer " , tenha certeza de que sua posição permite uma performance impecável. Os filmes pornô podem nos dar a impressão de que qualquer jeito é bom. Em geral, o que assistimos está longe de corresponder à realidade. As campeãs da inadequação para esse fim são a 69, a que ela se senta sobre seu rosto e a em pé, contra a parede, porque não dá para usar muito bem as mãos, ou é difícil mover a língua sobre o clitóris, ou as pernas dela ficam tensionadas.O ideal é que ela esteja deitada de costas, com as pernas levemente separadas, e relaxada. Para ajudá­-la, coloque um travesseiro atrás da cabeça e do bumbum. É importante que você tenha bastante espaço e também fique confortável. Posicione­-se verticalmente na frente da vagina e certifique­-se de que esse jeito dá a você total liberdade para fazer vários movimentos: lamber por um longo período de tempo, escorregar os dedos para baixo do bumbum dela, roçar suas pernas, colocar a mão sobre seu estômago. Sexo oral envolve mais do que simplesmente usar a língua. Você precisa colocar o rosto todo lá ­ nariz, boca, lábios, dentes. 

A degustação 

Pense no contato inicial da sua boca com a vagina como se estivesse provando o primeiro gole de um vinho caríssimo. Cheire e saboreie o buquê, admire o corpo. Corra os dedos pelo púbis, chupe os lábios vaginais com a boca cerrada, isto é, sem usar a língua, respire sobre a vulva e assopre de leve a cabeça do clitóris. Se ela ainda estiver de calcinha, beije­a sobre o tecido e puxe-­o delicadamente, até que se revele. Mas, cuidado, nunca, em hipótese alguma, assopre dentro da vagina, pois é extremamente perigoso. Pode causar embolia e levá-­la à morte.Depois do toque inicial, dê as primeiras lambidas no clitóris, longas e duradouras, como se ele fosse um sorvete. É hora de mostrar que pode ir mais longe ­ muitos homens cometem o erro de pular para a reta final, sem antes correr a maratona. Trata-­se de fazer agora o jogo do provoca ­e­ pára. Sinta sua língua percorrendo a vulva e... interrompa os movimentos. Depois... faça contato de novo, devagar, da base ao topo da vagina, roçando o clitóris com a lateral da língua. Volte para a vulva, pare outra vez. Não pressione muito e não se detenha em nenhuma parte específica. Mantenha o ritmo. Cada ciclo de estímulos deve durar aproximadamente dez segundos, repetidos durante três minutos. Então, varie os estímulos com lambidelas, da base até a metade da vagina, evitando a cabeça do clitóris para não superestimular a região (lembre-­se de como é sensível). Concentre-se na parte interna dos lábios. Dessa forma, estará "negando" atenção ao órgão do prazer dela para fazer com que " implore" por você. Só nesse momento dê o que ela pede: pressione levemente a ponta da língua sobre a cabeça, como se fosse uma onda banhando-­a. Continue por cinco segundos.

O pré­orgasmo 

Agora, sua viagem está chegando ao ponto máximo. Você acaba de atravessar os limites da cidade. Bem ­vindo a Orgasmópolis! Um dos maiores desafios nessa fase é simplesmente saber segurá-­la na posição correta e ajudá-­la a sustentar o toque ideal do clitóris com a sua boca. É muito comum acontecer de uma mulher sair de seu estado de excitação bem na hora em que o orgasmo está prestes a chegar. Portanto, você deve ser constante e persistente.O clímax dela poderá se perder facilmente se você não colocar suas mãos na postura ideal (uma sob o bumbum e a outra no canal vaginal), pressionar os lábios sobre o clitóris e continuar os movimentos ritmados com a língua. Então, uma vez que ela atingiu o pré­ orgasmo, una as pernas dela o máximo possível para facilitar que seus músculos pélvicos entrem naquele estado involuntário de espasmos. Se os joelhos estiverem muito afastados, não será possível que chegue lá. Não se preocupe em não ter espaço suficiente para estimulá-la há, de sobra. Nesse ponto, quanto mais apertado, melhor. Lembre­-se de que a cabeça do órgão é uma parte externa da vulva e fica mais próxima do púbis que do interior da vagina. Quando ela estiver perto do ápice, suavize a pressão e diminua o ritmo para prolongar o prazer e criar tensão sexual. Vá com calma e, então, deixe que o orgasmo dela venha até você. Quando ela chega primeiro, ela chega sempre. 

Retirei esse texto do blog http://pontorouge.blogspot.com.br/

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

OS JORNAIS - Rubem Braga

Meu amigo lança fora, alegremente, o jornal que está lendo e diz:
_ Chega! Houve um desastre de trem na França, um acidente de mina na Inglaterra, um surto de peste na Índia. Você acredita nisso que os jornais dizem? Será o mundo assim, uma bola confusa, onde acontecem unicamente desastres e desagraças? Não! Os jornais é que falsificam a imagem do mundo. Veja por exemplo aqui: em um subúrbio, um sapateiro matou a mulher que o traía. Eu não afirmo que isso seja mentira. Mas acontece que o jornal escolhe os fatos que noticia. O jornal quer fatos que sejam notícias, que tenha conteúdo jornalístico. Vejamos a história desse crime "Durante os três primeiros anos o casal viveu imensamente feliz..." Você sabia disso? O jornal nunca publica uma nota assim:
"Anteotem, cerca de 21 horas, na rua Arlinda, no Méier, o sapateiro Augusto Ramos, de 28 anos, casado com a senhora Deolinda Brito Ramos, 23 anos de idade, aproveitou-se de um momento em que sua consorte erguia os braços para segurar uma lâmpada para abraçá-la alegremente, dando-lhe beijos na garganta e na face, culminando em um beijo na orelha esquerda. Em vista disso, a senhora em questão voltou-se para o seu marido, beijando-o longamente na boca e murmurando as seguintes palavras: "Meu amor", ao que ele retorquiu: "Deolinda". Na manhã seguinte Augusto Ramos foi visto saindo de sua residência às 7:45 da manhã, isto é, dez minutos mais tarde do que o habitual, pois se demorou, a pedido de sua esposa, para consertar a gaiola de um canário-da-terra de propriedade do casal".
A impressão que a gente tem, lendo os jornais - continuou meu amigo - é que "lar" é um local destinado principalmente, à pratica de "uxoricídio". E dos bares, nem se fala.
Imagine isto: "Ontem, certa de 10 horas da noite, o indivíduo Ananias Fonseca, de 28 anos, pedreiro, residente à rua Chiquinha, sem número, no Encantado, entrou no bar "Flor Mineira", à rua Cruzeiro, 524, em companhia de seu colega Pedro Amância de Araújo, residente no mesmo endereço. Ambos entregaram-se a fartas libações alcoólicas e já se dispunham a deixar o botequim quando apareceu Joca de tal, de residência ignorada, antigo conhecido dos dois pedreiros, e que também estava visivelmente alcoolizado. Dirigindo-se aos dois amigos, Joca manifestou desejo de sentar-se à sua mesa, no que foi atendido. Passou então a pedir rodadas de conhaque, sendo servido pelo empregado do botequim, Joaquim Nunes. Depois de várias rodadas, Joca declarou que pagaria toda a despesa. Ananias e Pedro protestaram, alegando que eles já estavam na mesa antes. Joca, entretanto insistiu, seguindo-se uma disputa entre os três homens, que terminou com a intervenção do referido empregado, que aceitou a nota que Joca lhe estendia. No momento em que trouxe o troco, o garçom recebeu uma boa gorjeta, pelo que ficou contentíssimo, o mesmo acontecendo aos três amigos que se retiraram do bar alegremente, cantarolando sambas. Reina a maior paz no subúrbio Encantado, e a noite bastante fresca, tendo dona Maria, sogra do comerciante Adalberto Ferreira, residente à rua Benedito, 14, senhora que sempre foi muito friorenta, chegando a puxar o cobertor, tendo depois sonhado que seu netinho lhe oferecia um pedaço de goiabada".
E meu amigo:
_ Se um repórter redigir essas duas notas e levá-las a um secretário de redação, será chamado de louco. Porque os jornais noticiam tudo, tudo, menos, uma coisa tão banal de que ninguém se lembra: a vida...