“Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era.
E não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pregada na cara.
Quando a tirei e me vi no espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó
Que não tinha tirado.
Deitei a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
Eu vou escrever esta história para provar
Que sou sublime.”
(Fernando Pessoa)
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era.
E não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pregada na cara.
Quando a tirei e me vi no espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó
Que não tinha tirado.
Deitei a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
Eu vou escrever esta história para provar
Que sou sublime.”
(Fernando Pessoa)
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