Tínhamos acabado de acordar, e ainda estávamos esparramados pela cama. Ela estava com um olhar miúdo e fraco, mas ainda assim, linda!
- Tenho muitas vontades, sabe? - ela me disse de repente, fitando o nada.
- Mesmo? Vontade de quê?
- Agora, por exemplo, estou com uma vontade descomunal de um prato de feijão com arroz.
- Ah, você acordou com fome! Vou fazer alguma coisa pra gente.
- Mesmo? Vontade de quê?
- Agora, por exemplo, estou com uma vontade descomunal de um prato de feijão com arroz.
- Ah, você acordou com fome! Vou fazer alguma coisa pra gente.
E logo fui afastando o lençol para me levantar e ir à cozinha. Ela não deixou. Deitou-se em cima de mim, e apoiou seu queixo no meu peito.
- Tenho muita vontade de você também. Pode isso ser fome também?
- Pode. E acho que o feijão com arroz pode esperar, não pode?
- Pode - ela riu.
- Pode. E acho que o feijão com arroz pode esperar, não pode?
- Pode - ela riu.
- A Bíblia dos Becos, por Bianca Landi

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