sexta-feira, 9 de agosto de 2013



MUITO-INHO



Ele é bonitinho,
é arrumadinho,
perfeitinho,
muito-inho,
e meio sem graça,
mas se embaraça
quando eu falo,
eu o abalo.
Ele é carente,
meio inocente,
meio demente,
fala que minha poesia
é filosofia,
mas eu diria,
que para ele soaria
melhor como psicologia.
Ele reclama de atenção,
diz que eu sempre o deixo na mão,
e que precisa de uma paixão.
Ele pergunta sempre o que eu fiz,
quer saber o que me diz,
se eu estou feliz.
Ele ouve Ozzy, Slayer, AC/DC,
Korn e Nightwish. E me disse,
que jazz e blues é tolice.
Ele tenta botar banca de mal,
mas na real,
ele é meio igual,
meio banal,
tem feito esse tipinho
de mocinho bonitinho,
de roqueiro mimadinho,
ele é muito-inho.
E isso é só o começo,
quando eu desapareço,
ainda vai ter gente,
dando uma de demente,
pra vir me perguntar
(nem dá pra acreditar),
Ei, você, psiu,
Por que sumiu?
Desistiu?

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