"[...]mostra-me também como abrir os braços para receber o mundo, para acolher as agruras sem espantos, para me servir das delícias sem os vícios e para sobreviver às tristezas sem as desesperanças. Para saborear os amores sem os amargos desamores, e as consequentes perdas. Porque ainda sou muito pequena diante da grandeza da vida, e minhas pernas estão fracas, muito fracas ainda. Porque sou órfã do meu cão. Sobretudo, porque agora eu preciso de um amigo, embora saiba que isso tu nunca o serás.
E no refrão da minha canção, verto lágrimas que são unguentos para os dias ferozes. Penso que assim, expurgo os fantasmas que ficam a zumbir em meus ouvidos todas as noites. Fazes-me bem quando provocas-me na tentativa de libertar os meus cavalos bravios. Fazes-me bem mesmo quando me fazes chorar."
- Ana Karina Bucciarelli
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