-'tô sempre escrevendo cartas que nunca vou mandar, pra amores secretos, revistas semanais e deputados federais...(8)' - E.H.
Em algum momento você tomou coragem, sentou e escreveu. Estava inspirado, colocou no papel tudo que não tem coragem de falar pessoalmente. Bebeu, fumou, ficou horas na frente do teclado, chorou pa'caralho quando releu, achou foda e... não mandou. Altas declarações de amor, confissões, pedidos de perdão e momentos de coragem ou fúria afetiva estão nas gavetas e nas pastas dos pc’s, ou em rascunhos de algum caderno.
O BILHETE
Escrevi e reescrevi
mil vezes busquei palavras, acrescentei e cortei coisas
até o lixo encher –se de papel.
Na declaração de amor
nada podia faltar
ou sobrar.
As palavras seriam música
E passariam inteira a paixão.
Escrevi mil vezes o bilhete de amor.
E ele virou poema,
provocou delírios,
arrepiou meus cabelos
e ferveu o meu corpo todo.
Acho que ninguém escreveu ainda
Tão belo poema – bilhete de amor.
Só que não tive coragem de enviá–lo.
- Elias José

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